Objetivo

É importante pensar na prevenção de deficiências nos diversos níveis, mas principalmente na prevenção primária uma vez que promove a redução do sofrimento do indivíduo que seria acometido pela deficiência bem como por todos que o cercam, além de reduzir gastos com programas de recuperação, uma vez que sabe-se que a prevenção primária tem custos menores que a prevenção secundária ou terciária.

Desta forma visa-se a prevenção de diversas deficiências através de programas de promoção de informações, a fim de proporcionar aos indivíduos melhores condições de desenvolvimento nos períodos pré-natal, perinatal, neonatal e pós natal.

Além de promover prevenções de saúde no período inicial de vida, é necessário ações de prevenção de doença por toda a vida como evitar acidentes e doenças que afetem o sistema neuromotor e outros órgãos sensoriais por toda a vida.

Assim a prevenção primária inclui dois níveis que são as medidas de promoção de saúde (1° nível) bem como as medidas de proteção contra deficiências (2° nível).

Concentraremos nosso trabalho na prevenção primária de 1° e 2° nível, realizando intervenções que atinjam futuros pais, gestantes e funcionários de empresas privadas.

terça-feira

AIDS e Psicologia

Hoje o Psiprevine abrirá a s portas para um novo tema, bastante conhecido, mas que ainda pracisa ser um pouco pontuado: A AIDS.


A AIDS (Síndrome da imunodeficiência adquirida), segundo o Ministério da Saúde é uma doença causada pelo vírus HIV, que ataca o sistema imunológico por conta da destruição dos glóbulos brancos, diminuído desta forma a capacidade do organismo humano de se defender de doenças causadas por microorganismos que normalmente não são capazes de desencadear males em pessoas que possuem o sistema imunológico normal.

Desde o seu surgimento em 1981 o vírus HIV, tornou-se um marco na comunidade humana global, uma vez que atinge qualquer região do globo terrestre, dependendo apenas do comportamento humano. Seus danos às populações são extensos, e vem sendo amplamente discutidos pela comunidade científica e população em geral.

Segundo Szwarcwald, Castilho & Brito (2000), no Brasil juntamente com outros países como a Etiópia, a extensão da epidemia se configura de forma generalizada, uma vez que não é restrita apenas às subpopulações de comportamento de risco, além da prevalência entre gestantes ser superior a 5% da população atendida. Estima-se assim, que existem 630 mil brasileiros infectados com o vírus HIV em 2007 segundo o Ministério da Saúde.

Após sua propagação no país, o perfil dos portadores do vírus HVI vem sofrendo amplas mudanças, visto que inicialmente atingia a população masculina, com práticas homossexuais (71% dos casos em 1984), e hemofílicos, principalmente nas regiões das principais metrópoles brasileiras, porém atualmente percebe-se um quadro de heterosexualização, uma vez que, aumentou-se a transmissão pelo contato heterosexual (de 6,6% em 1988 para 39,2 em 1998), ocorrendo o crescimento do caso em mulheres.

Segundo Remor (1999) a infecção pelo vírus HIV não gera intrinsecamente nenhum componente que justifique alterações psicológicas, exceto apenas nos casos em que há prejuízo na estruturas neurológicas. Mas percebe-se que os portadores apresentam alguma alteração emocional, seja no momento em que recebe a notícia de sua soro positividade, seja apenas na suspeita de estar infectada pelo vírus, e até mesmo quando já convive com o vírus é provável que apareçam alterações emocionais. Desta forma os indivíduos que suspeita da possibilidade de serem soro positivos podem apresentar choque por conta do diagnóstico e pela possibilidade de morte, medo e ansiedade pelos aspectos relacionados à doença e prognóstico, além dos efeitos das medições, rejeição, raiva e frustração, culpa e problemas obsessivos. Já no momento em que recebem a confirmação de sua soro positividade tendem a apresentar características antes descritas apenas para pacientes com câncer ou doentes terminais, uma vez que ocorre grande estigma associado a AIDS, sendo o choque emocional, negação, agressividade, pacto/ barganha (busca de soluções para o problema), depressão e aceitação. Essas fases não necessariamente ocorrem de forma gradual.

            Já durante a evolução da doença a resposta emocional dada pelo paciente refere-se a respostas de ansiedade e depressão visto que se depara com uma possível perda de autonomia, sentimentos de culpa, temor de ser rechaçado, medo da perca de amor e medo de abandono, medo de contagiar, dificuldades econômicas etc. Desta forma torna-se necessário uma intervenção minuciosa no sentido de amenizar a ansiedade e depressão destes sujeitos para que tais quadros não ultrapassem o esperado trazendo para o indivíduo claros efeitos negativos sobre sua qualidade de vida.

             É indiscutível a necessidade da atuação de profissionais da área da psicologia em meio a pacientes soropositivo, seja em psicoterapia individual com pacientes internados, em psicoterapia de grupo com os pacientes e familiares, em aconselhamentos no pré/ pós teste, ou com profissionais que lidam com tais pacientes segundo Rasera & Japur (2003). No trabalho em grupo as experiências relatadas são diversas, sendo de grupos psicoeducativos de orientação cognitiva comportamental, grupos abertos, grupos fechados e grupos de auto-ajuda. A eficácia de tais grupos tem sido comprovada (Rasera & Japur apund Kelly ET AL., 1993; Levine ET AL., 1991), uma vez que possibilita ao paciente uma fonte de apoio e encorajamento, fazendo diminuir seus medos, ansiedade e sensação de isolamento, desta forma proporcionando novas maneiras de lidar com o vírus. “As intervenções grupais capacitam seus membros a desenvolver um senso mais positivo de si próprio, serem mais ativos e seguros, havendo aumento de autoestima e o encontro de novos significados na vida” (Rasera & Japur., 2003).

            As formas de constituição dos grupos causam algumas divergências, visto que alguns autores sugerem grupos formados por pacientes no mesmo estágio da doença, outros afirmam ser possível experiências positivas com pacientes em estágios diferentes. Além da homogeneidade segundo a forma de contaminação, parece facilitar o processo de coesão e desenvolvimento do trabalho em grupo.

   Desta forma a psicoterapia de grupo direcionada a pacientes soro positivo constitui-se um fator de suma importância, uma vez que tais pacientes encontram-se em alto grau de sensibilização emocional. Para tanto é necessário um trabalho voltado para alívio dos sintomas gerados por tais fatores, bem como para a aceitação da doença e do seu tratamento, através do fortalecimento emocional do indivíduo; possibilitando o encontro de histórias comuns, a percepção das semelhanças e diferenças, além de proporcionar uma melhor reinserção deste individuo na sociedade, melhorando também sua perspectiva de vida.




Referências Bibliográficas:

BRITO, Ana Maria de; CASTILHO, Euclides Ayres de; SZWARCWALD, Célia Landmann.  AIDS e infecção pelo HIV no Brasil: uma epidemia multifacetada. São Paulo, 2000. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v34n2/a10v34n2.pdf> Acesso em 28/10/11.

RASERA, Emerson F.; JAPUR, Marisa. Grupo de apoio aberto para pessoas portadoras do HIV: a construção da homogeneidade. São Paulo, 2002. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2003000100007&script=sci_arttext> Acesso em: 27/10/11.

REMOR, Eduardo Augusto. Abordagem psicológica da AIDS através do enfoque cognitivo-comportamental. Madri, 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79721999000100006> Acesso em: 27/10/11.

BRASIL, Ministério da Saúde. Desenvolvido pelo Ministério da Saúde do Brasil. Contém noticias, informações sobre doenças, projetos e programas, e sobre o
ministério.
Disponível em < http://www.aids.gov.br/> Acesso em: 27/10/11.

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